No dia 5 de abril, o Jardim de Infância assistiu a uma maravilhosa apresentação sensorial em Lisboa, no Forbrain Room. Esta sala está equipada com material para estimulação dos sentidos. É um local feito de luzes, sons, cores, texturas e aromas, onde os objetos são coloridos e disponibilizados para serem tocados e admirados pelas crianças. Patinhos, Girafas e Dragões gostaram de participar nesta aventura: uma viagem pelos cinco continentes, em que precisaram de explorar todos os sentidos para acompanharem o que era apresentado sobre cada local.

Educadora Cristina

 

Pela primeira vez é criada uma Sala Snoezelen aberta ao público, em Portugal. Esta forma de intervenção sensorial avançada está agora ao alcance de todos. A Sala Snoezelen da Forbrain, é um autêntico espaço “state of the art”. Encontra-se dotada dos mais avançados equipamentos, visando a utilização por crianças, adolescentes, adultos e seniores.

 

O que é o Snoezelen?

Snoezelen (do Holandês) resulta da contração de SNUFFELEN = cheirar, com DOEZELEN = relaxar. O conceito de SNOEZELEN foi definido no fim dos anos setenta por dois terapeutas holandeses, Jan Hulsegge e Ad Verheul. Enquanto trabalhavam no De Hartenberg Institute, na Holanda, um centro para pessoas com défices mentais, os dois terapeutas perceberam respostas positivas que se conseguiam suscitar nos seus doentes, quando eram inseridos num ambiente sensorial que tinham preparado. Daí para a frente, a curiosidade e reconhecimento de toda a comunidade mundial, levou a que hoje as salas Snoezelen estejam presentes em Hospitais, Lares, Instituições de apoio a pessoas com défices vários de desenvolvimento, demências, etc, um pouco por todo o mundo.  

A Sala

Sala Snoezelen, é “uma sala equipada com material para estimulação sensorial. É um local feito de luz, sons, cores, texturas e aromas, onde os objetos são coloridos e disponibilizados para serem tocados e admirados. Os sentidos primários são estimulados dando sensação de prazer (Amcip 2009)” Dado o nível elevado de dependência de muitos idosos e outras pessoas portadoras de deficiência, ou até de crianças com necessidades educativas especiais, é preciso encontrar alternativas e complementos à fisioterapia, à animação sócio-cultural, à terapia ocupacional tradicional e outras actividades, para que estes possam ter maior qualidade de vida. No caso das crianças é necessário proporcionar ambientes propiciadores de aquisição de competências, libertos das exigências curriculares. Os resultados positivos, revelados pela investigação na área da estimulação sensorial, têm contribuído para a crescente importância do snoezelen enquanto tratamento complementar à intervenção clínica- reabilitação. A estimulação sensorial é utilizada como promotora de relaxamento e lazer, especialmente aos que estão em processos demenciais e também, numa vertente preventiva e de alívio da dor ou facilitadora de aprendizagens ou descoberta de emoções e reações. Os meios utilizados possuem uma forte capacidade de estimulação, actuando em múltiplos circuitos neocorticais, a nível da propriocepção, sistema vestibular e cinestésico. O snoezelen é, sem dúvida, um campo fértil de buscas, de descobertas e possibilidades para a promoção de maior qualidade de vida. Embora tenha sido como actividade específica para a deficiência mental profunda que a terapia Snoezelen se desenvolveu, não se destina exclusivamente a este grupo de pessoas. Estende-se a um domínio muito mais vasto. O Snoezelen desperta particular interesse no domínio das demências e na psiquiatria (Hulsegge, 1989:13). Conseguiram-se resultados encorajadores com patologias degenerativas do idoso (Pinkney, 1999), como a Doença de Alzheimer; em pessoas com doença mental, e ainda naqueles com dor crónica; com comportamentos hiperactivos; com danos cerebrais e outras situações semelhantes. Além disso, Snoezelen está a ser muito apreciado pela população em geral, como antídoto ao stress. Actualmente o Snoezelen é utilizado quotidianamente nos campos da reabilitação, saúde, formação e terapia ocupacional. É também utilizado em estruturas escolares e de tratamento para crianças com deficiências e autismo (Mertens, 2005).
Créditos: Francisco Sanchez e Maria Inês de Abreu

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